segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Bonito é viver

Eu pensei em deixá-lo parado por algum tempo. Ouvi de uma amiga para não o fazer. O Compartilhando é o meu mundo aberto. Coisas boas, coisas não tão boas... lições. E hoje eu trago mais uma. Faça sim o que você tem vontade e não tema jamais o julgamento do outro. É interessante que a vida alheia é sempre a novela preferida de muitas pessoas. Palavras tristes às vezes fazem achar que estamos no fundo do poço e para muitos, uma vitória. Eu diria que o fundo do poço muitas vezes é um bom caminho para levantar, olhar pra cima, olhar para dentro de si e dizer, - eu estou vivo(a)!

Não importa o que aconteça, viva. Olhe pra frente, siga. Não tenha medo, seja apenas você. E não o que os outros querem que você seja. Conselhos muitas vezes são bons e são. Mas, conselhos se fossem realmente bons para o que a gente pensa e age, seriam vendidos, não acham?! Tudo bem, as pessoas podem querer o nosso bem. Acredite... são poucas as que querem realmente.

Foi ao fundo poço? Achou o que procurava? Sim? Pois então, siga em frente. Não achou? Continue sua busca. Você vai encontrar. Não lute com o tempo, viva. As respostas, elas sempre aparecem. Ah... e como aparecem.

Teve um impulso? Na sua cabeça te fará bem? O realize e aceite as consequências. Doeu? Chorou? Achou a luz no fim do túnel? Então, mais uma vez... um viva! Seja uma fênix. Elas sabem a hora exata de morrer e reviver. Eu estou VIVA.

Ontem fui ao lugar que melhor me entende. A minha ligação com o mar sempre foi grande. O seu poder sobre mim é de cura. Sua imensidão só me renova. Canto a sua canção e ela me revigora. O olhar modifica. Os olhos ficam da sua cor. O vento me beija e sopra coisas boas. Tão boas que tive um presente. Em meio aquele mar de gente na areia, um senhor. Não tão alto, magro, trajando uma calça feminina e um guarda pó de uma empresa qualquer. A sua volta, uma luz tão linda... o enxerguei por dentro. Ele parou... me olhou e me disse a seguinte frase: - você me olhou com olhos que ninguém nunca viu. Me viu como uma pessoa linda, como se admirasse uma obra de arte e eu com essas roupas, sujo. Eu não tenho vergonha, eu sou feliz. Não perderia o meu tempo sentando na areia se não tivesse me encantado com a sua essência. Não só a beleza me chamaram atenção em você, mas o seu simples modo de me olhar me conquistou. Meu presente do dia. Um presente de Deus, um presente de Yemanjá. Coisas lindas foram ditas por trás de uma história super sofrida. Nunca esquecerei o Naldo. Ele me ajudou a resgatar a minha essência com a nossa conversa. Simples, doente e feliz. Sim, feliz!

É leitores, pessoas como o Naldo estão em extinção. A violência e o preconceito estavam marcados em sua pele. Seus poucos dentes de uma agressão por ser homossexual e portador de HIV. Com fome, sem banho, sem casa por ter medo de voltar. Minha obrigação, ajudá-lo. E o fiz. Fiz com o maior prazer. Com a alma em festa. Devem haver vários Naldos e eles chegarão na hora certa para cada um de vocês.

Aproveitem as coisas simples. Os presentes que podemos encontrar na natureza. Olhem uma simples flor como ela deve ser vista. Pra você ela pode ser feia, mas haverá alguém que achará a flor mais linda já vista. Assim foi o Naldo pra mim. Na mesa ao lado ele não teve a mesma receptividade. Ele foi olhado com olhos de quem só pensa em si. Olhos preconceituosos. Olhos de rótulo, de julgamento. Viva as coisas simples!