domingo, 24 de fevereiro de 2013

Existe Amor



Esses dias de perna para cima o que mais faço é assistir filmes. Não sou fã dos com mortes, bombas, efeitos especiais. Gosto mesmo é daqueles que para a maioria não passa de um besteirol americano; comédia romântica, drama... Aquele que a gente pega a jujuba azeda ou brigadeiro e come com a pipoca salgada, liga o ar, se enrola na manta ou edredom e coloca uma caixa de lenços ao lado. Aquele que a cada cena as lágrimas rolam e ao fim estamos deformados. Filmes e livros nos ajudam a viajar no tempo, entrar na história, conhecer lugares e analisar as situações, comportamentos... O comportamento a ser analisado?! O amor.

Alguém ainda acredita em príncipe encantado, em felizes para sempre?! Bom, mudam-se os séculos, mudam-se os comportamentos, mas acredito que por mais durona que a pessoa seja ou liberal, no fundo ela busca um amor. O grande problema sempre foram os julgamentos, o medo de arriscar, entre tantas outras coisas. É fácil julgar o outro, sim e sempre. Difícil é aceitar o julgamento alheio.

Beijar, transar... Para algumas pessoas ainda é pudico, para outras é seguir o instinto, a necessidade fisiológica, o clima do momento. A verdade é que ao mesmo tempo em que é algo tão particular também é banal. Há quem se entregue ao outro por medo de ficar só, por necessidade naquele momento de ter alguém, mas no final... No final, muitas vezes o melhor mesmo era ter ficado só (isolado no seu próprio mundo). Enquanto isso há os apaixonados, felizes ou infelizes em suas relações. Mesmo que algo esteja errado, a escolha é manter o relacionamento. O grande problema de levar a vida do primeiro modo citado é correr o risco de não encontrar alguém capaz de assumir um relacionamento, ao menos que ele seja maduro o suficiente, ou goste mesmo de você.

Há quem encontre seu príncipe. Alguém com tudo que você almeja no outro. Que além de completar a sua metade deixando-a inteira, seja irmão, pai, filho, amigo, amante. Há também os relacionamentos por conveniência, mas falemos de amor. Outro dia vi em um filme que o amor é como fantasma, aparece para poucas pessoas. Lembro-me também de um filme francês em que dizia que o amor acontece quando a mesma música toca para duas pessoas e que cada amor tem a sua cor. Não podemos deixar de acreditar. Perder a esperança em um sentimento nobre como este é espalhar a guerra, a inveja, a mesquinhez, e todos os outros sentimentos ruins.

Amores platônicos. Amores à distância. Amores eternos. Laços rompidos. Sentimentos. Sensações. Ame. Não importa a quem. Se é correspondido ou não. Se acabou o relacionamento, não significa que não existiu. Mas, se foi amor, acredite... ele é tão grandioso que tem poder de adaptação, transformação. Amar é nobre e vai além da morte .

Sabe qual o big problem ?! Somos tão necessitados de afeto, atenção, que ao encontrar achamos que pode ser amor. Dizer 'eu te amo' tão facilmente também ajuda nessa grande ilusão. A necessidade é tão grande que pessoas com 1 mês de relacionamento (na fase da descoberta) já declaram amar o outro. Aí talvez esteja a questão do 'se ele me amava por que terminou?!'.

E o que me diz daquele frio na barriga, borboletas no estômago, taquicardia em todo reencontro. A despedida que é dolorosa. A vinda sempre tão esperada. O abraço que não desata. A lágrima solta, o riso frouxo. A reticência que não cabe ponto final. E por que colocar um?! Depois de quase 3 (três) anos, aprendi que não tem porque. Não importa se a espera será por anos, meses. Não importa se até hoje não tive coragem de assumir este sentimento. O que importa é que sabemos quem somos. E que por mais que as nossas vidas corram por fora, não importa se existiu outra pessoa, se deu certo ou não. O que importa é que somos apenas nós. Que quando está perto, tudo flui. Não precisamos montar personagens. Nos estranhamos, mas também nos entregamos. É bem sabido por nós, a liberdade que nos prende é a mesma que nos afasta. 


Ainda há amor, acredite. Em algum lugar... quando você menos esperar, ele pode aparecer.